A comunidade Pedra Branca, localizada na cidade de Cordeiros (BA), foi surpreendida, no dia 11 de junho, com a presença de maquinários de uma mineradora em uma das nascentes pertencentes ao seu território. A comunidade tradicional de fecho de pasto, que está em processo de regularização fundiária, conta com cerca de 50 famílias, sendo que 15 destas vivem e reproduzem suas vidas em torno dessa nascente, cuja água e solo ao redor estão ameaçados pelo crescente desmatamento promovido pela empresa.
De acordo com relatos dos moradores/as, a mineradora invadiu a área para exploração sem apresentação de licenciamento e sem dialogar com a comunidade Pedra Branca, desconsiderando os danos e impactos ambientais e na vida das famílias. Algumas das lideranças encontraram no local uma máquina giratória, baldes de óleo e uma degradação enorme, identificando, até o momento, cinco nascentes já afetadas diretamente pelo desmatamento e aço.
A comunidade se preocupa ainda com as duas pequenas barragens e o rio que podem sofrer com assoreamento e contaminação devido à exploração de minérios na região e, por consequência, interromper o cultivo de hortaliças, frutas e outros alimentos para subsistência das famílias.
A destruição das nascentes e poluição das águas decorrentes da mineração afetam também a população do município de Piripá, já que os rios que nascem em Pedra Branca abastecem o reservatório da cidade, impactando mais de 10 mil habitantes. Há também uma grande variedade de plantas e animais nativos.
A mineração e seus efeitos predatórios (ambientais e sociais) não são novidade na região – a própria origem do nome da comunidade, Pedra Branca, relaciona-se com a extração desse minério há alguns anos. Além disso, a área também já sofreu os efeitos do cultivo de monocultura de eucalipto no estado de Minas Gerais, que faz fronteira com a região.
Texto: Equipe Sul Sudoeste/CPT Bahia
Fotos: Comunidade Pedra Branca