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CPT BAHIA

Comunidades do Suldoeste da Bahia resistem a investidas de mineradora

Representantes do Poder Legislativo, da Paróquia, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e das comunidades de Bonito I e Lavador, do município de Piripá, assim como da mineradora e da comunidade de Ilha de Dentro, de Tremedal, participaram de uma reunião dia 07 deste mês, em Bonito, para discutir a chegada da mineração nas comunidades.

Após a apresentação dos/as presentes, os representantes da mineradora, identificada por eles como “Mineração SA da Silva”, disseram que ainda não há um projeto e que foram à reunião com o intuito de ouvir os ‘anseios’ da comunidade. Apenas informaram que trata da exploração de granito e que estão em fase de licenciamento nos órgãos estaduais competentes.

A comunidade de Bonito I está localizada às margens da Serra Geral, na Bahia, uma região rica em recursos naturais, especialmente, de água. A comunidade luta pelo reconhecimento como comunidade tradicional de Fecho de Pasto, pedido este já enviado para o Estado; e pela regularização do território. As particularidades da região chamam a atenção de diferentes segmentos, mas principalmente das empresas mineradoras. Em 2017, a empresa Barrinha Mineração chegou a explorar minério em área que a comunidade entende ser seu território, nesta ocasião, a mobilização fez com que esta empresa parasse com a exploração, inclusive, em decorrência da exploração ilegal empresa foi autuada e obrigada recompor área degradada.

Desta vez, a investida de mineradora ocorreu de forma diferente, houve o início do diálogo com a comunidade, no entanto, a empresa não expôs seu projeto, onde deveria constar os impactos ao ambiente e a realidade local. Segundo Jovino da Pedreira, vereador de Piripá, tais impactos, vão além do local, pois a água que abastece toda a região, inclusive a sede do município, vem desta região. Já Gilvandro Rieiro do Vale, Secretário de Agricultura, informou a prefeitura não autorizava o funcionamento da mineradora.

Ao final da reunião, os representantes da empresa falou que não havia mais interesse na exploração mineral, pois não queriam causar “brigas”. Essa afirmação, apesar de não confirmar a saída da mineradora das terras de Bonito I, reafirmou a necessidade da mobilização para as comunidades, de manter a vigilância e a importância de lutar pelo território como espaço de reprodução da vida e de resistência.

Texto e fotos: Equipe Sul/Sudoeste da CPT Bahia

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