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CPT BAHIA

CPT Ampliada Bonfim discute conjuntura política e articulação para garantia de direitos

019Agentes da Comissão Pastoral da Terra (CPT) da equipe de Bonfim e representantes de entidades e paróquias das micro-regiões de Bonfim e Cansanção participaram, nos dias 17 e 18 de maio, da primeira reunião ampliada de 2016 da pastoral. O encontro refletiu sobre a atual conjuntura brasileira e formas de fortalecer a articulação contra os retrocessos políticos e sociais de direitos conquistados pelos trabalhadores e trabalhadoras. Uma agenda de mobilização ficou definida e nos próximos três meses (junho a agosto) algumas atividades mobilizarão a região.

O evento começou com um debate sobre a abertura de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o que de acordo com os participantes configura um golpe de estado inaceitável. O sentimento deles é de indignação e revolta contra o processo em curso, comandado por parlamentares acusados de corrupção e pela grande mídia. Na avaliação do público do evento há um retrocesso de mais de 30 anos do ponto de vista social e do Estado democrático de direito, que já provoca restrições de direitos sociais adquiridos pelos mais pobres, em todas as esferas: saúde, educação desenvolvimento social, meio ambiente e no setor agrário.

Os participantes ainda alertaram para as ameaças que a extinção de órgãos independentes responsáveis pela demarcação e titulação dos territórios trouxe para as comunidades tradicionais, camponeses, assentados e ocupantes da Reforma Agrária. O Ministério da Educação – MEC, agora, passa a delimitar os territórios quilombolas, e os povos indígenas cujos direitos sempre foram violentados, depois de muita luta pela demarcação dos seus territórios, com pouco êxito, se veem diante da ameaça de revogação de áreas já demarcadas.

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Outros aspectos que ganharam importância no debate foram as recorrentes e continuas mobilizações em todo o país e no exterior contra o golpe, com número cada vez mais crescente de pessoas e a repercussão internacional por conta da situação interna do Brasil, com o reconhecimento da ilegitimidade do governo Temer por parte de sindicatos e movimentos sociais.

A situação complexa do Partido dos Trabalhadores – PT também foi avaliada. O partido embora tenha alcançado avanços sociais consideráveis para as parcelas mais pobres da população e para o semiárido, não atendeu a contento as comunidades tradicionais, camponeses e povos do campo, não rompeu com a política neoliberal, não fez as reformas estruturantes necessárias para o verdadeiro desenvolvimento do país e continua a não fazer a autocrítica, com a possibilidade de nas próximas eleições, manter alianças com partidos que historicamente traem os direitos do povo.

Para reagir neste cenário, o evento destacou a necessidade do trabalho de base com as comunidades; a contínua mobilização social contra os retrocessos nos direitos adquiridos; a ocupação das ruas com passeatas e manifestações; a voltar ao trabalho de educação popular, a articulação de entidades e pessoas simpatizantes da luta popular; a promoção de debates sobre o momento atual do Brasil, considerando que grande parcela da população tem como principal meio de informação jornais e emissoras cujos conteúdos são direcionados para a alienação das pessoas.  Ao mesmo tempo, é preciso retomar as perspectivas do projeto de sociedade que queremos, visto que, de longa data já se percebe as grandes fragilidades na esfera política partidária, inclusive no PT e em nível de região.

Calendário de ações – A ideia é promover de junho a agosto uma série de ações e um seminário regional, reunindo os municípios de Bonfim, Cansanção, Jacobina para debater sobre a política em curso no Brasil e construir metodologias e instrumentos didáticos para o trabalho com o povo – a educação popular. A primeira atividade será o Encontro da Articulação de comunidades e trabalhadores do município de Monte Santo, no dia 19 de julho, em Monte Santo. Já no mês de agosto, de 3 a 7, será realizada a Missão Jovem em preparação a Missão da Terra, em Nordestina. Ainda em agosto, no dia 11, também em Nordestina, acontecerá o Encontro de Áreas reunindo assentamento e ocupações, comunidades, movimentos e entidades da região de Cansanção, Itiúba, Nordestina, Queimadas e Monte Santo.

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