Estudantes e professores dos cursos de Geografia e Ecologia da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), campus Senhor do Bonfim (BA), acompanhados de agentes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), realizaram uma visita ao Assentamento Serra Verde e à comunidade tradicional de Varzinha, em Senhor do Bonfim. A atividade teve como objetivo dialogar com as comunidades, conhecer melhor seus modos de vida, o que produzem e a importância dessas comunidades para o município. A ideia é dar visibilidade a essa população e construir instrumentos de resistência às ameaças de espacialização do capital nas serras da região.
Durante o diálogo com as comunidades foi possível fazer o levantamento da produção (quantidade, formas de comercialização) e como elas se sentem frente à chegada de empresas de mineração e eólicas na região. O presidente da Associação de Varzinha, José Roberto, comentou que “não dependemos nem de mineração nem de eólica, nós vive da agricultura, a gente quer continuar na cultura”.
A produção das comunidades é diversificada, há hortaliças (coentro, alface, couve, salsinha, hortelã, batata, etc.), frutíferas (banana, abacate, jaca, manga), culturas anuais (milho, feijão), além da criação de animais como abelhas, bovinos, aves e suínos, que servem como fonte de renda e subsistência para as famílias. Descobrimos que o que é produzido além de ser comercializado na feira livre como alimento saudável e sem agrotóxicos, também é distribuído para comunidades carentes por meio de políticas públicas com Governo Federal.
O modo de vida dessas comunidades tem grande importância na manutenção e preservação dos recursos naturais, uma vez que mantém uma relação de respeito com a natureza. Além disso, são comunidades que desempenham um papel relevante na economia e na segurança alimentar da região, pois são agricultores familiares que tiram seu sustento da terra, produzem alimentos de forma orgânica e agroecológica que abastecem a feira livre do município. No entanto, a existência dessas comunidades está em risco pela chegada de empreendimentos minerários e eólicos, que ao se estabelecerem geram conflitos e expulsão das populações de seus territórios e perda da cultura.
Enfim, com o encontro os estudantes saem com uma série de informações para embasar e efetivar as discussões e reivindicações no processo de luta em defesa do território.
Texto: Elba Amaral – estudante de Geografia da Univasf
Fotos: CPT Bonfim
