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Galvani busca parceiro ou financiamento para projetos de fertilizantes

Notícias de Mineração Brasil
terça-feira, 18 de março de 2014

 

A Galvani, fabricante brasileira de fertilizantes, está buscando parceiros para projetos que devem triplicar sua produção de adubos fosfatados. Outra opção é obter financiamento para avançar esses projetos. Caso sejam concluídos, eles permitirão à companhia aumentar a produção de fertilizantes de 1,1 milhão de toneladas para 1,8 milhão de toneladas.

 

Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Rodolfo Galvani Júnior, presidente do conselho de Administração da empresa, afirmou que já foram investidos cerca de US$ 50 milhões em recursos próprios nesses projetos, cuja produção deve começar entre 2016 e 2018. Mas ainda faltam cerca de US$ 800 milhões para levar adiante esses empreendimentos, algunsgreenfield e outros para ampliação da produção, como os de Angico dos Dias, Luís Eduardo Magalhães e Irecê, na Bahia.

 

Rodolfo Galvani Júnior afirma que é fundamental viabilizar os projetos não apenas para elevar a produção e diminuir a dependência da importação de fertilizantes, mas, também, porque algumas minas de fosfato estão em exaustão, inclusive da própria Galvani.

 

Um dos problemas enfrentados hoje pelo setor, segundo Galvani Júnior, é a falta de financiamento direto desses projetos pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). De acordo com ele, o banco não costuma financiar empresas que tenham uma relação dívida líquida/Ebitda superior de 2,5 vezes a 3 vezes, prejudicando empresas que já estão em atividade, mas que precisam se endividar acima desses limites com projetos greenfield.

Segundo ele, nos financiamentos indiretos do BNDES, por meio de agentes, o custo sobe e, com outras fontes, fica inviável.

O empresário disse que a Galvani contratou um banco para buscar um parceiro, que pode ser um sócio estratégico ou um fundo de private equity. Além das dificuldades de obter crédito a taxas competitivas, o licenciamento também é um gargalo para os novos projetos, além do longo tempo de “maturação” deles.

 

Planejado há mais de dez anos pela Galvani, o projeto greenfield mais adiantado atualmente é o de Serra do Salitre, em Minas Gerais, que deverá produzir ácido sulfúrico, ácido fosfórico e 870 mil toneladas de fertilizantes, entre eles superfosfato simples, superfosfato triplo, MAP, sulfato de amônio e sulfato bicálcico, usado na nutrição animal.

A estimativa é que a mineração na Serra do Salitre comece em 2016. A mina já obteve a licença de instalação e a licença prévia de instalação da parte química, segundo Galvani Júnior.

Se viabilizado, o projeto permitirá que a empresa dobre o seu faturamento bruto, que foi de R$ 834 milhões no ano passado, 4% superior a 2012. Para este ano, a previsão é que a receita atinja R$ 850 milhões.

 
No projeto de Santa Quitéria (CE), em consórcio com a Indústrias Nucleares do Brasil (INB), a empresa enfrenta um imbróglio. A licença de instalação, obtida pela INB junto à Secretaria de Meio Ambiente do Ceará, foi questionada e depois cancelada, o que fez a Galvani retomar o processo da estaca zero. Segundo Galvani Júnior, a empresa já apresentou o estudo e relatório de impacto ambiental (EIA-Rima) e, em junho, haverá audiência pública para discutir o projeto. Diante do impasse e da espera de obtenção de licenças, a previsão é que a licença seja obtida somente em 2018.

Além da produção de fertilizantes fosfatados, rocha fosfática, ácido sulfúrico e ácido fosfórico, a mina de Santa Quitéria contém urânio, que deverá ser repassado para a INB.

Apesar das dificuldades, a Galvani estima que conseguirá viabilizar os projetos. “Estamos otimistas porque os projetos são bons e baratos, com retorno bom sobre o Capex”, disse Galvani, sem detalhar qual seria esse retorno.

No ano passado, a Galvani produziu 1,1 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados. Desse total, 850 mil toneladas foram de superfosfato simples.

 
A empresa, uma das poucas que atuam em toda a cadeia de fertilizantes fosfatados no Brasil, tem dois complexos industriais, um em Paulínia (SP) e outro em Luís Eduardo Magalhães (BA); três minas de fosfato em Lagamar (MG), Angico dos Dias (BA) e Irecê (BA); além de uma unidade portuária em Fortaleza (CE), para receber as importações de matérias-primas, e duas unidades de distribuição, uma em Alto Araguaia (MT) e outra em Maruim (SE). As informações são do jornal Valor Econômico.

 

 

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