Em sintonia com o mês e o dia de luta das mulheres, celebrado internacionalmente em 8 de março, o Coletivo de Mulheres do Cerrado no Oeste baiano protesta pelos direitos e pela saúde das mulheres. As manifestações acontecem desde o dia 4 de março de maneira virtual e em alguns municípios da região, como Barreiras, Coribe, Correntina, Santa Maria da Vitória e São Félix do Coribe, sem provocar aglomerações.
Pela internet foram divulgadas imagens educativas que apresentam dados alarmantes, como o aumento dos casos de violência doméstica e o crescimento do número de mortes por suicídio da população transgênera na Bahia em 2020. Também foram divulgadas alternativas para superação do cenário de crise sanitária e social que vivemos, como a importância da vacinação coletiva e da defesa do Sistema Único de Saúde (SUS). Os materiais foram produzidos pelas mulheres do Coletivo de maneira colaborativa.
A luta por comida de verdade, sem agrotóxicos e produzida de maneira agroecológica, e pela defesa do Cerrado também fez parte do grito das mulheres do Cerrado baiano. A região sofre com a seca dos rios e os conflitos territoriais que ameaçam as populações geraizeiras há décadas, por isso, o grupo de mulheres também protestou contra o avanço do agronegócio na região – responsável por essa destruição e violência.
Para além da mobilização virtual, foram colados “lambe-lambes” que estamparam as reinvindicações do coletivo. Os materiais foram disponibilizados em locais estratégicos dos municípios da região, visando alcançar diferentes públicos. O processo de colagem foi realizado com distanciamento social em horários de baixa circulação de pessoas. Todas as mulheres usaram máscaras e equipamentos de segurança.
O Coletivo de Mulheres do Cerrado no Oeste baiano é composto por mulheres do campo e da cidade, que se organizam para lutar pela defesa da biodiversidade, das águas e da dignidade das populações rurais e urbanas da região. Em diálogo com a Campanha em Defesa do Cerrado, as mulheres partilharam: ”As lutas são coletivas, defender as mulheres, nossos territórios, nosso Cerrado, é defender nossa própria existência!”.
Texto: Amanda Alves e Bruno Santiago
Informações e imagens: Coletivo de Mulheres do Cerrado no Oeste baino