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CPT BAHIA

TERRA, ÁGUA, NATUREZA: CRITÉRIOS PARA VOTAR CERTO

Quem está minimamente informado, não tem mais escapatória para eleições deste ano de 2018 e para todas as eleições; votar certo, significará sempre, também, fazer uma opção a partir da nossa fé e da realidade onde esta fé é chamada a se desdobrar. Quem faz este desdobramento é também a política e o nosso voto.

Entre as práticas essenciais e coerentes, para uma vida melhor, se inclui o cultivo do respeito para com a nossa CASA COMUM QUE É A NATUREZA E O AMBIENTE com todos os seres vivos que neles convivem (pessoas, animais e plantas). Na moldura amorosa de nossas terras e águas, campos, matas, rios, praias, votar certo significa também se informar para ver as consequências, positivas ou negativas, do agir de pessoas e instituições (partidos, governos, juízes, policias, etc.) que podem favorecer ou destruir o ambiente de vida.

A TERRA, A ÁGUA e o AR, elementos essenciais para à vida do nosso planeta e de todos os povos, são a cada dia mais, concentrados e manipulados nas mãos de poucos como mercadorias, poluídos e encaminhados para aceleradas destruições.

O latifúndio e as grandes empresas, que visam principalmente seu lucro imediato, são as principais responsáveis disso. Os partidos que os produziram e os candidatam para tomarem as decisões mais importantes, jamais aceitaram e aceitarão, na nossa história, que se tornem realidade efetiva as leis da Constituição Brasileira para que aconteça a reforma agrária e que, com ela, a terra e as águas dos rios possam ser acessíveis para quem necessita delas, para delas viverem, com seu trabalho (agricultores, pescadores, extrativistas…). A situação que todos tocam com mãos, com violências sanguinárias entre os humanos e com destruições catastróficas da natureza, sinalizam que algo muito incoerente está em ato, há muitas décadas, para quem acredita que terra, águas e ambientes devem estar a serviço de todos. Algo extremamente errado e incoerente é, portanto, escolher e legitimar, com o nosso voto, PESSOAS E EMPRESAS que poluem com seus empreendimentos industriais, a terra e a água, e multiplicam a utilização defensivos agrícolas gravemente ofensivos ao ambiente e às pessoas que ficam contaminadas e agredidas com agrotóxicos e venenos que se espalham pelos ares e nos alimentos, com sequelas e mortes.

Contemplando a  grandiosidade e a beleza de um país/continente onde todos poderiam viver, bem e melhor, está começando a ser insuportável perceber  que haja partidos e políticos, inseridos neles, que negam e restringem as políticas públicas em vista da justiça e da repartição da terra e das águas e do respeito ao ambiente;  grandes faixas de população quem vivem nas periferias urbanas, no sertão e nas roças, ainda estão sendo expostas ao desemprego que as privam a acessar um mínimo do ganho, para poder providenciar alimentação, morada, escola e saúde dignas.  Chegam a ser ameaçadas, inclusive, as aposentadorias dos idosos já pagas a preço altíssimo. Após momentos breves de conquistas parciais de direitos, sob pressão popular, governantes, inimigos do Bem comum e da Natureza, estão restringindo os direitos das maiorias e dos grupos mais penalizados e marginalizados, como acontece com os Indígenas, os Quilombolas, as Comunidades Tradicionais, os Pescadores artesanais, os assalariados, os jovens, as mulheres… vitimados pela atraso neocolonial das grilagens de terra, despejos judiciais, desempregos estruturais…

Antes de entregar o país a eles com o voto nos vários tipos de eleições de cargos públicos, é fundamental se informar e decidir de que lado estamos e qual Brasil que se quer construir e para ele lutar.

Luciano Bernardi da CPT Bahia e das Pastorais do Campo

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