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CPT BAHIA

COMUNIDADES TRADICIONAIS TROCAM EXPERIÊNCIAS NO OESTE BAIANO

Nos dias 27 e 28 de outubro, povos de comunidades tradicionais do Centro-Oeste baiano se reuniram para trocar experiências sobre o processo de luta e resistência nos territórios tradicionais, na EFAPA-Escola Família Agrícola Padre André, município de Correntina, BA. Um momento importante de análise da realidade política e local que contou com diversas parcerias e organizações de apoio, entre elas, uma equipe da Escola de Ativismo, facilitadora do encontro que seguiu protocolos de higiene e distanciamento social devido à pandemia da Covid-19.

No encontro também aconteceu o lançamento do Boletim Informativo Conhecimentos Tradicionais de Povos e Comunidades do Nordeste do Brasil, coordenado pela equipe da Nova Cartografia Social/UFRB, com apoio de instituições como a Comissão Pastoral da Terra Bahia. A Cartografia Social é um trabalho científico elaborado com a participação da população, para mapear as comunidades e demarcar esses lugares e a fala das pessoas desses lugares. Esse é um primeiro que reúne a experiência e a vivência de diversas Comunidades Geraiseiras e de Fundo e Fecho de Pasto da Bacia do Rio Corrente.

Jakeline Honória, da equipe de Pesquisa do Boletim, afirma que a metodologia é de oportunizar para que o povo conte a sua história. A equipe sistematiza o material, mas a voz e a construção de tudo isso são com a participação do povo por meio de reuniões e oficinas. Esse instrumento é, sobretudo, um canal de denúncia porque dá visibilidade às vozes das pessoas quando relatam os conflitos, os enfrentamentos, os desafios e a luta para permanecer nos territórios.

“É mais uma ferramenta para esses povos porque todo o processo de luta que as comunidades já fazem ainda não é o suficiente. As invasões e ameaças continuam acontecendo, então, quanto mais se criam ferramentas, mais a gente contribui com o processo de luta desses povos”, afirma Honória.

Francisco Marques, do município de Souto Soares, agradeceu o fato de poder ouvir experiências e entender a cultura dos geraiseiros e salientou: “vou levar para casa as experiências inspiradoras que ouvi neste encontro e sobre a cartografia, ela conta a história de luta do povo de Correntina e região, vou levar para minha comunidade as experiências de um povo acolhedor, de resistência e um povo guerreiro”.

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