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CPT BAHIA

Comunidades de Campo Alegre de Lourdes denunciam grilagem de terra que pode envolver quase 50 mil hectares

O juiz de direito de Remanso, Dario Gurgel de Castro, concedeu liminar favorável a Vanderlei Dias da Costa, reconhecendo seu direito de posse sobre uma área de 44 mil hectares de terras pertencentes a oito comunidades rurais de Campo Alegre de Lourdes. Contudo, de acordo com o assessor jurídico da CPT, Lucas Vieira, Vanderlei não apresentou nenhum documento que lhe garantisse a posse, nem a propriedade dessa área.

Segundo famílias dessas oito comunidades ameaçadas, estaria acontecendo na região uma tentativa de grilagem de terras envolvendo 44 mil hectares, que seria comandada por Vanderlei Dias da Costa. Segundo informações, este homem reside em Teresina (PI) e é ex-funcionário da mineradora Galvanni, que extrai fosfato na região.

Todo o processo estaria destinado à venda da área por intermédio de Pedro e Bartolomeu, que são irmãos de Vanderlei, e do seu primo Zé do Salvo, que moram na comunidade de Açu, vizinha a Angico dos Dias, onde está localizada a mina da Galvanni.

As comunidades têm informado que os intermediários de Vanderlei estão comentando no município que ninguém na área em conflito tem documento e toda a terra já teria sido vendida aos “gaúchos”. Alguns camponeses chegaram até a apresentar documentos antigos de posse registradas em cartório, comprovante de pagamento do ITR, dentre outros.

No dia 29 de agosto, Salvador Mendes da Rocha e Valdomiro Custodio de Farias, moradores da comunidade de Angico dos Dias, foram surpreendidos com uma intimação de uma decisão liminar concedida pelo juiz Dario Gurgel, da Comarca de Remaso, proibindo os camponeses de usarem a áreas que sempre foi de uso tradicional das comunidades da região, e que Vanderlei agora alega possuir.

“Eu moro aqui há 59 anos, produzindo, criando nossos animais. Se eles tomaram essas terras, como é que a gente vai ficar?”, questiona um dos moradores de Angico dos Dias.

A comunidade está fazendo um abaixo-assinado para denunciar o caso.

Comissão Pastoral da Terra da Diocese de Juazeiro

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