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CPT BAHIA

Instalação de mineradoras em comunidades de Senhor do Bonfim (BA) é tema de Audiência Pública na Câmara Municipal

 Cerca de 250 pessoas das comunidades, professores, alunos, organizações e movimentos sociais, participaram da Audiência Pública realizada nesta última terça-feira, dia 19, na Câmara Municipal de Vereadores de Senhor do Bonfim (BA). A audiência teve como objetivo discutir os impactos ao meio ambiente causados pelo lixão e pela mineradora da Barroca do Faleiro.

Segundo Cleiton Vieira, presidente da Câmara, a presença do povo para discutir a ameaça direta ao modo de vida das comunidades naquele espaço, era um momento histórico. Entre as localidades presentes estavam Barroca do Feleiro, Barroca de Cima, Barroca de Baixo, Varzinha e Fazenda Mocó, que estão sendo diretamente atingidas com a abertura de estradas e pela presença das empresas em suas propriedades.

Essas comunidades rurais ficam na extensão da Serra do Gado Bravo – região rica em nascentes – e sempre fizeram o uso sustentável dos recursos naturais, mas temem que com a instalação dessas mineradoras, tudo seja destruído. Munidos de cartazes com frases contrárias a mineração, a população se manifestou não estar interessada em empregos nessas empresas, defenderam o modo de vida e a permanência das comunidades na região da grota, onde produzem alimentos e criam animais, e também abastecem a feira livre do município.

“Com a instalação de uma mineradora em nossas comunidades vai acabar com nossa água, e nós e nosso sossego vão para onde? O que nós precisamos é de melhoramento em nossas estradas para escoar a nossa produção”, disse em depoimento um dos moradores das possíveis comunidades atingidas. Já os órgãos do estado e do município se posicionaram a favor desses empreendimentos.

Durante a audiência, as comunidades apresentaram ainda uma proposta para o poder público, utilizando a Lei Orgânica Municipal (Artigo 223 e § 3º) e o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), para construir uma Lei de Unidade de Conservação do Gado Bravo, transformando a serra em um parque turístico, e assim respeitar o modo de vida das comunidades e do meio ambiente.

Texto: Amanda Monteiro/ CPT Bahia

Edição: Comunicação CPT Bahia

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